O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou no X (ex-Twitter) sobre o atentado realizado pelo bolsonarista Francisco Wanderley Luiz, o Tio França, em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, na última quarta-feira (13).
Em nota, o ex-presidente “lamentou e repudiou” o ato e o considerou isolado, atribuindo o fato a “perturbações na saúde mental” do autor. A declaração, porém, foi interpretada como uma pressão velada sobre as instituições em busca de anistia aos participantes dos atos de 8 de janeiro e em busca de se tornar, novamente, elegível para disputa em 2026.
O ex-chefe de Estado defendeu que o Brasil deve voltar a ser um espaço no qual “a força dos argumentos valha mais que o argumento da força”. A fala é uma tentativa de condicionar a “pacificação” à restauração de sua própria posição política, sugerindo que o ambiente de paz dependeria de seu retorno ao cenário eleitoral. Leia:
Também nesta quinta-feira (14), o ministro do STF, Alexandre de Moraes, se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido e fez uma correlação com o 8 de janeiro.
“O que ocorreu ontem não é um fato isolado do contexto”, afirmou o magistrado ao abrir uma aula magna no Conselho Nacional do Ministério Público. “Não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos”, enfatizou o magistrado.
“Queira Deus que seja um ato isolado, este ato. Mas o contexto é um contexto que se iniciou lá atrás, quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o Supremo Tribunal Federal, principalmente. Contra a autonomia do Judiciário, contra os ministros do Supremo e as famílias de cada ministro”, reiterou Alexandre de Moraes.
A Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar o caso como ato terrorista. A investigação pretende identificar possíveis conexões entre os ataques e eventuais grupos ou redes de apoio.